De acordo com o anúncio recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor da bandeira vermelha da conta de energia deverá sofrer um forte reajuste, estimado em cerca de 20%. Ainda sobre isso, o setor considera enfrentar a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, sendo essa a justificativa para o reajuste exorbitante que deverá ser aplicado.

Não obstante ao reajuste da cobrança das tarifas de energia, outros insumos básicos, como combustíveis, gás de cozinha e alimentos, todos eles gêneros de primeira necessidade, também passam por um aumento considerável e, em geral, variando acima da inflação do período.

Com a expectativa de mais um reajuste na conta de energia, os trabalhadores brasileiros vivem um largo processo de rebaixamento do nível de vida, provocados pelo desemprego, pela política de arrocho/congelamento salarial, associadas a forte inflação e carestia.

Servidores do judiciário estadual
Em diversas matérias anteriores, a Diretoria Colegiada do SindJustiça alerta para as consequências de anos sem qualquer reposição inflacionária, com perdas vencimentais superiores a 30%, além de outras tantas medidas que terminam por contribuir para um rebaixamento salarial bastante expressivo. (clique aqui para ver a matéria)

Ao passo em que os servidores têm seus vencimentos congelados, os custos decorrentes do teletrabalho obrigatório só aumentam. É a conta de energia mais cara, é a mudança para planos de internet mais caros para garantir a realização do trabalho, é o aumento do consumo de água e outros insumos necessários à atividade laboral domiciliar.

Não obstante ao congelamento vencimental, todo este conjunto de gastos pesam no orçamento familiar dos servidores que literalmente “pagam para trabalhar”, arcando com custos que não deveriam ser seus.

Enquanto isso acontece, a Secretaria de Administração e Infraestrutura, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), apresentou dados revelando que o Judiciário estadual economizou R$ 1.281.839,29, no período de seis meses (18 de março a 10 de agosto de 2020).

Na contramão de qualquer tipo de bom senso, o Tribunal de Justiça faz economia às custas do aumento dos gastos dos servidores e, durante todo este período, apesar das cobranças do sindicato, não sinaliza qualquer contrapartida financeira aos gastos realizados pela categoria.

A injustiça parece rondar o Tribunal de Justiça, afinal é justo economizar recursos sacrificando os salários dos servidores? É justo pagar para trabalhar? É justo ter mais de 30% de defasagem vencimental?

São estas as perguntas que nos fazemos a tempos. São estas as perguntas que motivam questionamentos as seguidas administrações, em especial as últimas que silenciam diante do aumento de gastos dos servidores, em virtude do teletrabalho obrigatório. São estas as perguntas que esperamos serem respondidas!