OCUPA BRASÍLIA: UMA QUARTA-FEIRA HISTÓRICA

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Centenas de milhares de pessoas de todos os cantos do país estiveram na Capital Federal neste dia 24 de maio de 2017. SindJustiça Ceará se fez presente e testemunhou o arbítrio da Força Nacional. Manifestação acua de vez governo Temer.

 

Quarta-feira, 24 de maio de 2017. Brasília, a Capital Federal, viveu um dia histórico. Centenas de milhares de pessoas de todos os cantos do país, de todas as classes sociais, de inúmeros sindicatos, movimentos sociais e entidades do movimento estudantil, com a união de todas as centrais sindicais, se reuniram no Ocupa Brasília – movimento organizado pelas centrais sindicais de todo o país – para gritar “fora, Temer”, exigir o fim das reformas trabalhista e previdenciária e pedir eleições diretas já para a Presidência da República e o Congresso Nacional.

O SindJustiça Ceará se fez presente neste momento histórico, através dos diretores Roberto Eudes (Coordenador-Geral), Pedro Helker (Coordenador Jurídico), Paulinho Oliveira (Coordenador de Imprensa e Divulgação), Edmar Duarte (Coordenador de Formação Política e Sindical), Thiago Sampaio (Coordenador de Aposentados e Pensionistas) e Hadjefferson Marreiro (Coordenador Cultural), além de Geraldo Lima (Delegado Sindical do Maciço de Baturité) e Paulo Henrique (funcionário do sindicato). O SindJustiça Ceará contou com o suporte da FENAJUD – Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário nos Estados durante todo o evento.

A concentração e o início da caminhada

Logo no final da manhã, por volta das 11 horas, teve início a concentração ao redor do Estádio Mané Garrincha. O SindJustiça iniciou sua caminhada ao Congresso Nacional por volta das 13 horas, juntamente com a comitiva da FENAJUD – nesse momento, já havia milhares de pessoas que estavam chegando à Esplanada dos Ministérios. Segundo cálculos dos organizadores do Ocupa Brasília, o movimento contou com a adesão de 500 mil pessoas.

O apoio da população de Brasília foi intenso à caminhada. Ao passarmos por debaixo do Terminal Urbano de Ônibus, populares acenavam para os manifestantes, repetindo o coro “Fora, Temer” e pedindo Diretas Já. Cartazes eram vistos contra as reformas da previdência e trabalhista, e a manifestação seguia pacífica, com os trabalhadores exercendo seu direito de protestar em clima de entendimento entre as diversas correntes políticas da esquerda, sindicatos e centrais sindicais.

Na Esplanada dos Ministérios, bombas e muita violência

A comitiva do SindJustiça Ceará chegou à Esplanada dos Ministérios por volta das 14 horas, quando milhares de pessoas já se aglomeravam em frente ao Congresso Nacional, onde um forte aparato repressivo da Força Nacional se encontrava a postos. Foi a Força Nacional, aliás, juntamente com a Polícia Militar do Distrito Federal, que deram início à violência, quando, por volta das 13:30 h, antes mesmo da chegada da delegação do SindJustiça Ceará na Esplanada dos Ministérios, a cavalaria partiu para cima dos manifestantes sem qualquer justificativa, ferindo dezenas deles. Aproximadamente às 14:30 h, começaram a pipocar bombas de gás lacrimogêneo arremessadas contra os manifestantes – estes, no entanto, após se recuperarem dos efeitos do gás, voltavam a se concentrar e avançar em direção ao Congresso Nacional, sempre de forma pacífica, desarmados e sem qualquer indício de violência contra os policiais.

Apesar do caráter pacífico do Ocupa Brasília, o arbítrio prosseguiu, com tiros de balas de borracha partindo de soldados da Força Nacional postados de frente ao Congresso Nacional – segundo relatos, três pessoas teriam sido feridas gravemente. Por volta das 15:30 h, ao lado do prédio do Ministério da Defesa, soldados da Polícia Militar do Distrito Federal começaram a atirar com pistolas municiadas de balas letais – o repórter cinematográfico André Coelho, do jornal O Globo (RJ), captou o momento em que um sargento da PMDF atirava com sua pistola automática contra os manifestantes e era repreendido por seu superior. Essa ação desastrosa e arbitrária da polícia resultou em pelo menos mais uma pessoa gravemente ferida.

Quando já passavam das 16:30 h, helicópteros da PMDF começaram a dar voos rasantes sobre o gramado do Congresso Nacional, onde estavam concentrados a maioria dos manifestantes – entre os quais a comitiva do SindJustiça Ceará. Em seguida, os policiais, de dentro dos helicópteros, começaram a arremessar bombas de gás lacrimogêneo, e a multidão já estava se dispersando quando soube que Michel Temer havia baixado um decreto convocando as Forças Armadas para reprimir manifestações entre os dias 24 e 31 de maio, o que causou indignação geral.

Por que o SindJustiça foi ao Ocupa Brasília?

O Ocupa Brasília foi um movimento articulado pelas centrais sindicais de todo o país – dentre elas a CSP/Conlutas, à qual é filiado o SindJustiça Ceará – com o objetivo principal de protestar contra as reformas da previdência e trabalhista, pedir o fim do governo ilegítimo de Michel Temer e exigir eleições gerais diretas já. O SindJustiça divulgou amplamente em seus canais oficiais de comunicação (site e fanpage no Facebook) a participação no Ocupa Brasília, entendendo ser necessária para colaborar com a luta global da classe trabalhadora contra as políticas de retrocesso implementadas pelo governo Temer e por sua base de apoio no Congresso Nacional. Sem esquecer as demandas locais – inclusive articulando diretamente com Fortaleza o trâmite da mensagem do reajuste de 2% dos servidores do Judiciário, que será votada no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará nesta quinta-feira, dia 25 de maio –, o SindJustiça Ceará se coloca em posição de vanguarda na resistência contra o Estado de Exceção que se quer implantar no Brasil para esmagar os sindicatos e os movimentos sociais.

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