COORDENADOR-GERAL DA FENAJUD ABORDA DOCUMENTO 319 DO BANCO MUNDIAL NO CONGRESSO DO SINDJUSTIÇA

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A atividade abriu os trabalhos do segundo dia do congresso e também debateu as influências dos magistrados nas estruturas do sistema judiciário

Na manhã de sexta-feira (29), ocorreu a segunda palestra do III Congresso do SindJustiça, com a participação do Coordenador-Geral da FENAJUD, Alexandre Santos, que apresentou o tema “A influência do Banco Mundial no sistema judiciário”. A mesa foi mediada pela delegada de base, Gleuba Marques, e pelo presidente do Conselho Fiscal, Jocelito Machado.

Santos iniciou sua reflexão ressaltando o cuidado necessário para que os trabalhadores não sejam manipulados ideologicamente, afirmando que “o neoliberalismo é um sistema com visão de mundo, que busca se transformar em discurso dominante, não permitindo visões divergentes”.

Para o palestrante, essa manipulação está ligada a um cenário em que as classes dominantes tentam reverter as conquistas dos trabalhadores.

Um dos principais pontos destacados por Santos foi a ideia de que a luta de classes não está apenas presente na sociedade, mas também no próprio Judiciário brasileiro.
“A luta de classes existe no Judiciário, e ela não ficou no passado. Ela é o motor da história, inclusive dentro do poder judiciário brasileiro”, afirmou Santos, destacando que o pensamento de Karl Marx permanece atual para entender as dinâmicas sociais, incluindo as do campo judicial.

O coordenador da FENAJUD também mencionou o sistema plutocrático que, segundo ele, predomina no Judiciário. “O Judiciário brasileiro é plutocrático. Apenas os magistrados, no topo da hierarquia, têm o poder de administrar o orçamento.”

Essa realidade, segundo Santos, reflete uma situação em que os servidores, que formam a base da estrutura judicial, permanecem à margem das decisões financeiras mais relevantes.

Santos alertou ainda que, ao interferirem no plano de cargos dos servidores, os magistrados garantem a manutenção de seus próprios privilégios, em detrimento dos avanços para a classe trabalhadora:
“Na administração do orçamento, chega uma associação de magistrados, mete o dedo no plano de cargos dos servidores e diz: ‘Não concordo, porque não é para você meter o dedo aqui.’”

Em sua análise, Santos também exemplificou a concentração de poder no Judiciário, mencionando sua experiência com a Confederação Latino-Americana de Trabalhadores do Poder Judiciário.

Alexandre Santos concluiu sua fala reforçando a crítica à centralização de poder no Judiciário e convocando à luta contínua por melhores condições para os servidores. Ele enfatizou que a verdadeira mudança exige uma compreensão crítica da luta de classes, que ainda permeia as esferas políticas e judiciais do Brasil.

Logo após a palestra, o regimento interno do III Congresso Estadual foi aprovado pelos presentes por unanimidade.

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