Dados do Ministério da Saúde alertam para casos no país nos últimos. Diante disso, Fenajud adere à campanha que estimula debate e prevenção. Especialista orienta que um diálogo acolhedor e honesto pode abrir portas para ajudar alguém a evitar agir contra a sua própria vida.
Enquanto você lê esse texto uma pessoa vai ter se suicidado no mundo, o problema já é considerado a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Os índices têm caído na maioria dos países, mas as taxas brasileiras avançam a cada dia. Aqui, cerca de 11 mil tiram a própria vida por ano, o que coloca o suicídio como a terceira maior causa de morte entre os homens, na mesma faixa etária mundial. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo, segundo informações do Ministério da Saúde. Há casos também no judiciário brasileiro.
Diante dos números alarmantes, a Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) decidiu agir. Para evitar que mais pessoas cheguem a esse estado, este ano os trabalhadores e trabalhadoras do judiciário estadual, e a sociedade, serão alertados durante todo este mês, por meio da campanha Setembro Amarelo – a vida as vezes precisa só de um ponto e vírgula. Durante o período, a entidade – em parceria com os sindicatos filiados – irá falar abertamente sobre o problema, a importância da prevenção ao suicídio e como você pode procurar ajuda para si ou amigos (as) nessa situação.
O Portal Fenajud procurou a psicóloga Larissa Lacerda para falar sobre o tema. A especialista afirma que o suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio. Não é agradável falar sobre quem se matou ou tentou se matar. Ao mesmo tempo, discutir o assunto – e entender os fatores que levam a ele – são as únicas armas que temos contra a situação. “Não tenha medo de abordar a pessoa para conversar e no diálogo não tenha receio de expor o que você está percebendo. Conversar sobre suicídio não leva alguém a cometê-lo. Ao contrário, um diálogo acolhedor e honesto pode abrir portas para ajudar alguém a evitar agir contra a sua própria vida”.
Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga e ela imagina? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada? Larissa orienta que “Você pode começar a abordar o assunto falando do que tem percebido em relação ao comportamento da pessoa, como tem se sentido em relação a isso, seu desejo de ajudar e que gostaria que ela fosse franca em relação ao que vai perguntar. Depois pergunte, sem emitir juízo de valor e de forma tranquila: Você tem pensado em morrer? Já pensou suicídio? Já fez algum plano ou tentativa nesse sentido? As respostas darão uma noção mais clara sobre a gravidade da situação”.
A psicóloga pontua ainda que “Qualquer fala que demostre preconceito e indignação não são producentes. Pelo contrário, podem impedir que você tenha acesso ao que está se passando e possa ser efetivo no seu desejo de ajudar. Nunca desvalorize o que está sendo dito, minimize ou entenda como uma simples chantagem ou ameaça. Respeitar, dar credibilidade e buscar ser empático são aspectos essenciais nesse momento. Portanto, evite: julgar, banalizar, dizer frases generalistas de incentivo, dar sermão ou o seu parecer pessoal sobre o assunto. Acolha e se prontifique a buscar ajuda junto com a pessoa. ”
A coordenadora de comunicação da Fenajud, Adriana Pondé, disse que “O objetivo da campanha neste mês é realizar a prevenção do suicídio e conscientizar as pessoas deste problema tão grave, que tira tantas vidas todos os anos. O setembro amarelo é um mês de diálogo. É um mês que busca criar conversas sobre o assunto, deixar as pessoas que sofrem com pensamentos suicidas saberem que elas não estão sozinhas e que a morte não é solução. Nós podemos contribuir para mudar essa realidade, através da informação e da conversa sobre este assunto sério que ainda é um tabu”.
O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. A iniciativa é do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Mundialmente, a data é especificamente 10 de setembro, por iniciativa da International Association for Suicide Prevention.
Brasil x Saúde mental
O Brasil – que é signatário do Plano de Ação em Saúde Mental, lançado em 2013 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – vive um momento delicado quando o assunto é suicídio. A redução da taxa de mortalidade faz parte, inclusive, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, lançado no último governo.
Problema por região
O suicídio acontece em quase todo o país. A Região Sul concentra 23% dos suicídios do Brasil e 14% da população. Enquanto que o Sudeste concentra 38% dos suicídios e 42% da população.
Reconheça os sinais
Para reconhecer os sinais você deve observar:
Junte-se a nós e ajude a prevenir o suicídio, afinal, falar é a melhor opção!
Fonte: FENAJUD
0 Comentários